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A
bobina de Ruhmkorff, também chamada bobina de indução é um dispositivo
que nos permite obter alta tensão alternada, utilizando corrente
contínua a baixa tensão. Consta das seguintes partes:
1o) uma
bobina chamada primário;
2o) uma
bobina chamada secundário, enrolada por fora do primário;
3o) um
núcleo de ferro, colocado dentro do primário;
4o) um
interruptor de circuito chamado vibrador.
Em
frente ao núcleo de ferro fica uma lâmina de ferro A, mantida afastada
do núcleo por uma mola M, que obriga a lâmina A a girar em torno
do ponto O e comprimir dois contatos, B e C. Um destes contatos,
B, é ligado a um dos polos de um acumulador. O segundo é ligado
a um dos terminais do primário. O outro terminal do primário é
ligado ao segundo polo do acumulador, através de uma chave S.
Com
a chave S aberta, nada acontece. Quando se fecha essa chave, passa
corrente pelo primário: o núcleo de ferro se imanta e atrai a lâmina
A. Esta gira no ponto O, os contatos B e C se separam, e o circuito
se abre: deixa de passar corrente pelo primário. Mas, deixando
de passar corrente, o núcleo de ferro deixa de atrair a lâmina A.
Ela volta à posição primitiva, pela ação da mola M, os contatos
B e C tornam a unir-se, o circuito se fecha, e novamente passa corrente
pelo primário. Ao passar essa corrente, a lâmina A é atraída, e
o circuito novamente se abre. Assim, enquanto a chave S permanecer
fechada, o circuito do primário fecha e abre alternadamente. A
lâmina A fica vibrando. O conjunto da lâmina A, mola M, contatos
B e C e núcleo de ferro é chamado vibrador.
Examinemos
o que se passa no secundário enquanto o circuito do primário abre
e fecha. Quando o circuito se fecha, a corrente do primário não
passa bruscamente do valor zero ao máximo; ela vai aumentando continuamente.
Então, o campo magnético produzido por essa bobina vai também aumentando.
E o secundário, estando em um campo magnético variável, sofre indução
eletromagnética: aparece entre os terminais do secundário uma diferença
de potencial. Quando o circuito do primário abre, a corrente também
não passa bruscamente do valor máximo a zero, mas, vai diminuindo
continuamente. Então, o primário produz um campo magnético que
vai diminuindo, e o secundário sofre indução eletromagnética. Mas,
a diferença de potencial que aparece entre os extremos do secundário
quando a corrente do primário está aumentando tem um sentido, e
tem sentido oposto quando essa corrente está diminuindo, por causa
da lei de Lenz. (Explique o leitor com mais detalhes como se aplica
a lei de Lenz neste caso). Isto é, a diferença de potencial obtida
no secundário é alternada.
A
figura 315 é fotografia de uma bobina de Ruhmkorff de uns
25 centímetros de comprimento, que, com um acumulador de 6 volts,
dá, no secundário, diferença de potencial alternada de 30.000 volts.
Essas bobinas dão diferenças de potencial de dezenas de milhares
de volts. Ligando-se uma ponta e um disco aos terminais do secundário,
obtém-se entre eles faíscas de vários centímetros de comprimento,
no ar (figs. 315 e 316).
Figura 315

Figura 316
As
bobinas de Ruhmkorff têm bastante aplicação nos laboratórios, porque
são de simples construção, fácil manejo, e robustas. Elas são usadas
nos automóveis, para fornecer alta tensão às “velas” do motor, para
que essas velas deêm faíscas que provocam a combustão da gasolina.
Pelo fato de fornecerem faísca para iniciar a combustão, nos automóveis
são conhecidas por “bobina de ignição”.
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