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O 2o
fenômeno eletromagnético tem inúmeras aplicações. Todas elas
consistem em se usar uma combinação de um campo magnético e
uma corrente elétrica para se obter uma força num condutor.
Essa força poderá deslocar o condutor; assim obtemos energia
mecânica (no movimento) partindo inicialmente de um campo magnético
e uma corrente elétrica.

É um dispositivo
que serve para mostrar como se pode obter movimento de um corpo
utilizando-se um campo magnético e uma corrente elétrica. É
uma roda metálica dentada, suspensa por um eixo horizontal O,
cujos dentes submergem no mercúrio contido numa cuba C (fig. 296). A roda
fica colocada entre os polos de um ímã, de maneira tal que o
campo magnético seja perpendicular à roda. A corrente i, fornecida
por um gerador, percorre a roda segundo um raio do círculo,
e passa através do mercúrio da cuba C, pois os dentes que estão
em contato com mercúrio fecham o circuito. Vê-se, pela regra
dos três dedos da mão esquerda, que a roda fica sujeita a uma
força
que atua no plano da roda. Essa força produz na roda
um movimento de rotação. Logo que um dente sai do mercúrio,
outro dente entra, o circuito elétrico se fecha novamente, e
tudo se repete. Assim, com a utilização do ímã e da corrente
elétrica a roda gira. A figura 297 é a fotografia de uma roda de
Barlow; vêem-se os fios por onde a corrente chega do gerador,
e o ímã, colocado em posição horizontal.

Figura 296
A roda de
Barlow é um exemplo de motor elétrico, isto é, um dispositivo
que utiliza corrente elétrica e campo magnético para obter movimento
de algum corpo.

Figura 297

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Figura 298 |
Esse é mais
um exemplo de como se pode obter movimento de um corpo utilizando-se
um campo magnético e uma corrente elétrica.

Chama-se
motor elétrico a qualquer dispositivo que recebe
energia elétrica e fornece energia mecânica. A roda
de Barlow é um primeiro exemplo de motor elétrico.
Mas, os motores comuns se baseiam no comportamento do
quadro plano colocado no campo magnético uniforme.
Suponhamos
que o quadro ABCD seja disposto ao redor de um cilindro,
como indica a figura 299. O binário formado pelas
forças
e
faz com que o cilindro entre em rotação. Na
prática, em vez de um único quadro, enrolamos no cilindro
muitos quadros, e os seus binários são somados.
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Figura 299 |
A figura 300
é um esquema de um motor elétrico, mostrando as partes fundamentais
de um motor:

Figura 300
a) um
ímã, que produz um campo de indução magnética
(em vez de ímã poderia ser uma bobina);
b) um
cilindro, no qual estão enrolados os condutores;
c) um
conjunto de condutores, enrolados ao redor desse cilindro de
maneira a formar quadros planos como os que estão indicados
na figura 299.
Os quadros
planos estão ligados em série. A corrente i que passa por êles
é fornecida ao motor por algum gerador. Para que a corrente
chegue até os condutores, no eixo do cilindro são fixados dois
anéis metálicos, que giram solidários com o cilindro. Êsses
anéis ficam encostados a dois pedaços de carvão, chamados escovas,
que são ligados aos fios que vão ter ao gerador. Os condutores
do cilindro têm suas extremidades ligadas aos anéis. A corrente
chega por um dos fios ligados ao gerador, passa para a escova,
depois ao anel, deste aos condutores do cilindro, depois de
percorrer os condutores vai ao outro anel, escova correspondente
e sai para o outro fio que vai ter ao gerador.
O conjunto
do cilindro com os condutores enrolados nele é chamado ROTOR,
porque é a parte que gira. O ímã (ou bobina) que produz o campo
é chamado ESTATOR, porque fica fixo.
Ao eixo
do rotor ligamos as peças que desejamos por em movimento, como
por exemplo, as rodas de um bonde, as escovas de uma enceradeira,
as pás de um ventilador, etc.. Na maior parte dos casos, o
rotor é horizontal; equivale a girar a figura 300 de 90o.

Uma outra
aplicação do quadro plano colocado em campo magnético uniforme
está na construção de instrumentos de medida. Um desses instrumentos
é o galvanômetro de quadro móvel.
Êsse galvanômetro
consiste de:
a) um
ímã permanente, que produz um campo magnético entre seus polos;
b) uma
bobina, em forma de quadro plano, colocada nesse campo entre
os polos do ímã (fig. 301).
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