
Estudemos,
como exemplo, a polarização de uma pilha de Volta. Vimos que
a energia elétrica da pilha resulta da transformação do zinco
em sulfato de zinco. Então, teoricamente, enquanto o zinco não
estiver completamente gasto, a pilha deverá fornecer uma diferença
de potencial e uma corrente. Mas, na prática observamos que,
pondo-se a pilha a funcionar, a diferença de potencial e a corrente
fornecida caem a um valor muito baixo em um tempo muito curto.
Isso é evidentemente um inconveniente muito sério sob o ponto
de vista prático.
A
diminuição da diferença de potencial é devida a um fenômeno chamado
polarização. Vimos que, quando circula corrente na pilha de Volta,
os cátions de hidrogênio se dirigem para o eletrodo de cobre,
aí se unem a elétrons e se transformam em átomos de hidrogênio.
Se todo esse hidrogênio depois subisse à superfície sob a forma
de bolhas, a força eletromotriz da pilha não diminuiria. Mas,
grande parte do hidrogênio não escapa para a superfície, e fica
aderente ao cobre, produzindo duas consequências:
1a) diminui a superfície útil do cobre;
2a) produz reações químicas com o cobre, que modificam
a superfície do cobre. O resultado desses fatos é que a diferença
de potencial entre o cobre e o zinco diminui. Esse fenômeno é
chamado polarização.
Desligando-se
a pilha, e deixando-a “descansar”, o hidrogênio que está junto
ao cobre, escapa e a polarização desaparece. Mas, quando a pilha
é posta em funcionamento, depois de curto tempo se polariza outra
vez.
Acabamos
de descrever o fenômeno de polarização da pilha de Volta. Mas,
esse fenômeno ocorre em todas as pilhas. Por exemplo, vimos que
na pilha de Daniell, enquanto ela funciona, aumenta a concentração
de íons de zinco em torno do zinco, dando como consequência uma
diminuição da força eletromotriz da pilha: é a polarização.
Em
todas as pilhas, a polarização é sempre o fenômeno pelo qual diminui
a força eletromotriz da pilha por causa da alteração da concentração
de íons em torno dos eletrodos durante o funcionamento.
Pode-se
diminuir muito a polarização adicionando-se ao eletrólito alguma
substância capaz de reagir com os íons, impedindo que a sua concentração
aumente. Essas substâncias são chamadas despolarizantes. Na
pilha de Leclanché, o bióxido de manganês é despolarizante. Os
despolarizantes diminuem a polarização, mas não a eliminam completamente.
