
As aplicações
do efeito Joule são muitíssimo numerosas. Assinalaremos aqui algumas
bastante comuns.

Pode-se
determinar J por processo elétrico. Coloca-se em um calorímetro
uma resistência R conhecida (fig. 147). Faz-se passar por ela uma
corrente de intensidade I conhecida, durante um tempo t.
A energia absorvida pela resistência durante o tempo t é:

Com
o calorímetro se mede a quantidade de calor Q proveniente
dessa energia W. Calcula-se J pelo quociente:

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Figura 147 |

Amperômetros
são instrumentos que medem a intensidade de corrente elétrica.
Há vários tipos de amperômetros, baseados em vários fenômenos físicos.
Um deles, que se baseia no efeito Joule, é o amperômetro térmico.
Consiste em um fio metálico AB pelo qual se faz passar a corrente
que se quer medir. Em comunicação com esse fio está um ponteiro.
Quando a corrente passa, o condutor AB se aquece e se dilata. Sabemos
que essa dilatação é diretamente proporcional à variação de temperatura;
esta é diretamente proporcional à quantidade de calor, que por sua
vez é diretamente porporcional ao quadrado da intesidade da corrente.
Então a dilatação do fio AB é diretamente proporcional ao quadrado
da intesidade da corrente. Com a dilatação do fio o ponteiro se
desloca diante de uma escala. O construtor do amperômetro gradua
essa escala de maneira que cada posição do ponteiro marque diretamente
a corrente que passa pelo fio AB. Na figura 148 a curva
pontilhada representa o fio AB já dilatado.

Figura 148
Esse amperômetro
é cômodo porque mede a intensidade da corrente tanto quando ela
assa num sentido como no outro. Além disso, é de construção barata.

Vemos
que, para medirmos a intensidade da corrente que passa num
trecho MN de um circuito o amperômetro deve estar ligado
em série nesse trecho, para ser percorrido pela corrente
a ser medida. Isso é uma regra geral: um medidor de intensidade
de corrente deve ser ligado em série no trecho correspondente (fig. 149).

Figura 149

Nos
laboratórios e na indústria se usam fornos elétricos para
obtenção de temperaturas elevadas. O forno contém uma resistência
elétrica que liberta calor com a passagem da corrente.
Ele é revestido externamente com uma substância que transmite
mal o calor, como por exemplo amianto (fig. 150). Desse modo, o calor
libertado pela resistência fica todo no interior do forno.
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Figura 150 |

Os aquecedores
elétricos baseiam-se todos no efeito Joule, qualquer que seja a
finalidade a que se destinam: pode ser um fogão elétrico, ou um
aquecedor elétrico usado em laboratório, ou um “ferro de passar
roupa”, ou um “chuveiro elétrico” (que é um aquecedor de água),
etc..

A lâmpada
de incandescência consta de um fio de resistência R, chamado
filamento, encerrado em um bulbo de vidro no qual se faz
o vácuo. Uma extremidade do fio é ligada à rosca da lâmpada;
a outra é ligada a um pedaço de metal A colocado na base
da lâmpada (fig. 151).
Quando “enroscamos” a lâmpada no seu suporte, o filamento
fica ligado ao circuito elétrico através da rosca e da peça
A. A quantidade de calor libertada pelo filamento aumenta
a sua temperatura a ponto de ele ficar incandescente e emitir
luz. Examine o leitor como está feita a ligação do filamento
numa lâmpada de incandescência.
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Figura 151 |

Em
uma instalação elétrica sempre são usados fios capazes de
suportar uma certa intensidade de corrente. A corrente não
deve atingir valores muito mais elevados do que o valor previsto
porque senão o calor libertado por efeito Joule pode fundir
os fios e estragar a instalação. Mas, num circuito podem
acontecer certos acidentes que elevam o valor da corrente.
Para proteger a instalação liga-se em série no circuito um
pequeno condutor de chumbo F (fig. 152). Se por acaso o valor da corrente
subir, o calor produzido funde antes o chumbo do que os outros
condutores. O chumbo fundido interrompe o circuito e a corrente
deixa de passar. |
Figura 152 |
Esse condutor
de chumbo é chamado fusível. No comércio encontram-se fusíveis
cuja intalação é muito simples. Eles possuem uma rosca, análoga
à rosca das lâmpadas de incandescência. E na base, também possuem
uma peça metálica A isolada da rosca. O pedaço de chumbo é ligado
entre a rosca e a peça A (fig. 153). Examine o leitor um fusível.

Figura 153