São
dispositivos que fornecem eletricidade estática, por
meio da separação de cargas positivas e negativas
existentes nos condutores. Os tipos principais são
os seguintes:
a)
máquinas de atrito
b) máquinas de indução
c) máquina de Van de Graaf.

O
princípio de funcionamento é o seguinte: um cilindro
A de material isolante, por exemplo de vidro ou ebonite,
gira. Ao girar, atrita-se com urna pele ou flanela
B e se eletriza. Se o atrito for entre vidro e pele,
o vidro se eletriza positivamente. O cilindro A,
continuando a girar, a sua parte eletrizada passa
em frente do corpo E, que possui uma ponta D. Quando
a carga positiva está em frente do corpo E, a ponta
D se eletriza, por indução, negativamente, e a parte
oposta C, positivamente. A carga negativa induzida
depois escapa pela ponta D e neutraliza a carga positiva
indutora. E o corpo E fica eletrizado positivamente.
Continuando a girar o cilindro A, a carga positiva
de E vai aumentando e esse corpo fica com potencial
elevado em relação a terra T. A carga de E pode depois
ser utilizada.

Todas
as máquinas eletrostáticas de atrito funcionam de
acordo com esse princípio exposto. A diferença entre
os diversos tipos existentes está na construção, isto
é, na forma geométrica e na disposição de suas peças.
No tópico Uma
Máquina Eletrostática Simples demos
a descrição de uma máquina eletrostática de atrito
de construção muito simples.

O
exemplo típico dessas máquinas é o eletróforo, inventado
por Volta em 1775. Consta de duas peças: um disco
isolante, A, feito de enxofre ou cera, e um disco
metálico B, com um cabo isolante. Inicialmente atritamos
o disco A com flanela. Ele fica com excesso de elétrons
e, portanto, se eletriza negativamente (parte a da
figura). Depois colocamos o disco metálico sobre
o disco isolante. Como as superfícies são rugosas,
embora a olho nú pareçam muito lisas, só vai haver
contato entre elas em poucos pontos, e pouca carga
escapa do isolante para o metal. Mas, por indução,
no metal aparecem cargas positiva e negativa (parte
b da figura). Pondo-se o disco metálico em comunicação
com a Terra, os seus elétrons escapam. Cortando-se
a ligação com a Terra e afastando-se o disco metálico,
ele fica eletrizado positivamente. Aproximando-se
uma mão, uma faísca soltará. Podemos assim carregar
e descarregar sucessivamente o metal sem que haja
uma diminuição apreciável da carga do enxofre.

Nota: Quando
se produz a faísca entre o eletróforo e nossa mão,
produz-se luz, som e calor, e, portanto, há gasto
de energia. Essa energia provém da carga elétrica
acumulada no disco metálico, e que resultou da indução
eletrostática. A indução foi provocada pela carga
do enxofre. E a carga do enxofre por sua vez resultou
do atrito com a flanela. A energia mecânica gasta
com o atrito é então a causa do aparecimento da luz,
do som e do calor que acompanham a faísca. Com o
exemplo do eletróforo concluímos duas coisas importantes:

Nota: Colocando-se
duas esferas ou duas pontas próximas e aumentando-se
lentamente a diferença de potencial entre elas,
quando a diferença atingir um certo valor salta
bruscamente uma faísca entre as esferas ou as
pontas (parte a da figura). Mas, colocando-se
uma ponta em frente a um plano e aumentando-se
lentamente a diferença de potencial entre eles,
não há faísca (parte b da figura). Quando a
diferença de potencial atingir um certo valor,
o ar compreendido entre a ponta e o plano se
ioniza e se estabelece uma corrente elétrica
de pequena intensidade através do ar, entre
a ponta e o plano. O ar que envolve a ponta
se torna ligeiramente colorido. |
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A
essa passagem lenta de eletricidade por um gás chamamos
eflúvio. Esse fenômeno é empregado no gerador Van
de Graaf, que passamos a descrever.

Entre
os polos de um dínamo
de alta tensão (por exemplo uns 10.000 volts)
é ligada uma ponta
(ao polo positivo) e uma placa
(ao polo negativo). Entre
e
há então uma descarga em forma de eflúvio.
Uma correia
que gira sobre as polias
e
, ao passar entre
e
se eletriza positivamente. Girando no sentido
indicado pelas flechas, essa correia leva suas cargas
para o interior de um cilindro. A carga da polia
age então como um indutor colocado dentro de um induzido.
Vemos que é análogo ao que se passa com o cilindro
de Faraday. O induzido é o cilindro
, que possui na parte interna uma ponta
, próxima da correia. A carga negativa induzida
no cilindro se acumula nessa ponta, e, quando a correia
passa em frente à ponta com a sua carga positiva,
há uma descarga por eflúvio que neutraliza a carga
da correia e a da ponta. A parte esquerda da correia
deve ser então neutra. A carga positiva induzida
passa então para a face externa do cilindro
. Com o movimento contínuo da correia se consegue
acumular no cilindro uma grande carga e uma diferença
de potencial elevadíssima em relação à terra. O gerador
possui um outro sistema análogo a esse, mas que acumula
no cilindro carga negativa (parte direita da figura).
Para isso, a ponta é ligada ao polo
negativo do dínamo
, e não ao positivo. Desse modo se acumula
no cilindro
uma grande carga negativa e ele fica com grande
diferença de potencial negativa em relação à terra.
Chamando
ao potencial positivo do cilindro
e
ao potencial negativo do cilindro
, a diferença de potencial que se pode aproveitar
entre
e
é:
O
gerador Van de Graaf é o mais potente gerador
eletrostático que se conseguiu até nossos dias. |
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