Chama-se
máquina eletrostática a qualquer dispositivo capaz
de produzir eletricidade estática. Um tipo simples, que
utiliza a eletrização por atrito, é o que
está esquematizado na figura abaixo. Um disco de vidro
tem uma manivela adaptada ao centro, com a qual pode ser colocado
em rotação. Uma peça P de madeira, em forma
de U, é internamente revestida de couro seco, que fica
bem apertado ao disco. Quando o disco gira, o vidro, atritando-se
com o couro, perde elétrons e se eletriza positivamente.
Esses elétrons perdidos pelo vidro passam para
o couro, que se eletriza negativamente. O couro, através
de uma barra metálica, acha-se em contato com um cilindro
C também metálico, e vai passando os elétrons
para o cilindro, que os vai acumulando, carregando-se, portanto,
negativamente.

Figura 22
Diametralmente
oposta à peça de couro acha-se uma peça
com muitas pontas metálicas. Essas pontas, através
de uma haste metálica, estão em contacto
com um cilindro D metálico. A parte do vidro que
já passou pelo couro, acha-se eletrizada positivamente,
e quando passa em frente às pontas, rouba elétrons
dessas pontas e se neutraliza outra vez. Na figura 22
o semi-círculo superior de vidro está sempre
eletrizado positivamente, e o semi-círculo inferior
está sempre neutro. Quando as pontas perdem elétrons,
o cilindro D fornece novos elétrons a elas. Então
o cilindro D vai acumulando carga elétrica positiva.
Os cilindros C e D chamam-se os "terminais",
ou os "polos" da máquina eletrostática. |

Figura de uma máquina eletrostática |
Se
os dois cilindros estiverem ligados por barras metálicas
a duas esferas metálicas A e B, essas esferas vão
acumulando, cada vez mais, cargas de sinais opostos. Então,
depois de um certo número de revoluções
do cilindro, saltará uma faísca entre as duas
esferas.
No Capítulo
IV voltaremos a tratar das máquinas eletrostáticas.
Mas, quisemos já aqui descrever esse tipo extraordinariamente
simples, para aconselhar ao leitor que construa uma dessas máquinas
com os elementos de que dispõe em sua própria
casa. O disco deve ter uns 15 a 20 centímetros de raio,
mas, se não tiver um disco de vidro, pode usar um disco
de ebonite, ou de matéria plástica (muito comum
em brinquedos); os cilindros C e D podem ser duas latas vazias,
de uns dez centímetros de altura, as hastes metálicas
podem ser de arame grosso, e as pontas metálicas podem
ser alfinetes. O leitor que tiver a iniciativa de construir
uma dessas máquinas terá oportunidade de realizar
uma série de pequenas experiências muitíssimo
úteis, como por exemplo, carregar um corpo com carga
positiva ou negativa, carregar eletroscópios, ver escoamento
de eletricidade para a terra, carregar condensadores, etc..
Essa maquinazinha funcionará muito melhor num ambiente
seco, porque como o ar úmido é condutor, as cargas
dos cilindros e das esferas vão se escoando para o ar,
e não se chega a acumular muita carga neles.