Atualmente
explicamos a eletrização dos corpos com a noção
que temos da estrutura dos átomos. Qualquer fenômeno
elétrico que observamos, como por exemplo, um pêndulo
elétrico que oscila, as lâminas de um eletroscópio
que divergem, um corpo que é atraído por outro,
etc., na verdade é consequência de fenômenos
atômicos.
Sabemos que os corpos são formados de moléculas,
as moléculas são formadas de átomos, e os
átomos de partículas, chamadas partículas
fundamentais. As partículas fundamentais conhecidas até
hoje são: elétron, ou negatron, próton, nêutron,
elétron positivo ou pósitron, neutrino, fóton,
méson leve positivo, méson leve negativo, méson
pesado positivo, méson pesado negativo, méson pesado
neutro, e mais várias outras partículas cujas propriedades
são ainda mal conhecidas, pertencentes à família
dos mésons.
Entre as partículas fundamentais são importantes
para a explicação dos fenômenos elétricos
o próton, o elétron e o nêutron. Os prótons
e os nêutrons se encontram numa região do átomo
chamada núcleo. Os elétrons ficam girando ao redor
do núcleo, dispostos em várias órbitas. O
átomo de hidrogênio, por exemplo, é o mais
simples de todos: o seu núcleo é formado de um único
próton, e ao redor do núcleo só há
um elétron girando. O átomo de lítio tem
o núcleo constituído por três prótons
e quatro nêutrons; e tem três elétrons girando
ao redor do núcleo, dispostos em duas órbitas: uma,
mais próxima do núcleo, chamada órbita K,
na qual giram dois elétrons; e outra, chamada órbita
L, na qual gira um só elétron (fig. 18).

Figura 18
Os
prótons são partículas eletrizadas positivamente,
e os elétrons, negativamente. A carga elétrica de
um próton tem mesmo valor absoluto que a de um elétron.
Como o número de elétrons de um átomo normal
é igual ao número de prótons, o átomo
é, no seu conjunto, normalmente neutro. (Um maior desenvolvimento
sobre este assunto damos no último capítulo).
As teorias eletrônicas modernas admitem que nos corpos condutores,
certo número de elétrons periféricos pode
abandonar o átomo e se tornar elétrons livres. Por
sua vez, os átomos que perdem elétrons tornam-se
íons positivos. Os elétrons livres que abandonam
um átomo podem entrar na coroa de um outro átomo
que perdeu elétrons. Assim, nos corpos condutores, os elétrons
livres formam um verdadeiro gás de elétrons, com
grande mobilidade entre as moléculas. Um corpo eletrizado
negativamente é um corpo cujos átomos receberam
elétrons livres dos átomos de um outro corpo, de
maneira que fica um excesso de elétrons em relação
aos prótons. Ao contrário, quando os átomos
perdem elétrons, o corpo fica com excesso de prótons
e se apresenta eletrizado positivamente.
De acordo com essa teoria os isolantes são corpos cujos
átomos são constituídos e se acham ligados
de tal modo que seus elétrons na quase totalidade não
tem grande mobilidade, isto é, não podem tornar-se
elétrons livres. Somente haverá elétrons
livres se fizermos atuar forças externas ao corpo.