As
grandezas físicas dividem-se em dois grupos:
Grandeza
escalar
Grandeza
escalar é aquela que fica perfeitamente determinada quando
conhecemos o seu significado físico e o número que
a mede. Êsse número depende da unidade escolhida para
a medida da grandeza. Por exemplo: uma densidade se caracteriza
por ser o quociente da massa por volume; e fica determinada quando
conhecemos o número que a mede. Suponhamos que a densidade
de um corpo seja 2 g/cm3; o número
que a mede é 2. Mas , se mudarmos a unidade para kg/cm3,
o número que a mede passará a ser 0,002, porque 1
g/cm3 =
0,001kg/m3.
Grandeza
vetorial
Grandeza
vetorial é aquela que não fica perfeitamente determinada
só pelo significado físico e um valor numérico,
porque possui, além desses dois elementos, uma direção
e um sentido. É o caso de uma velocidade, por exemplo. Fisicamente
a velocidade significa um quociente de espaço por tempo.
Suponhamos que uma velocidade valha 5 m/seg (ou 500 cm/seg). Para
que ela seja uma grandeza física perfeitamente conhecida
não basta sabermos que se trata de um quociente de um espaço
por um tempo e que vale 5 (ou 500). Pois um móvel, dotado
de uma velocidade de pode estar se deslocando no espaço em
uma infinidade de direções e de sentidos. Para que
conheçamos exatamente a velocidade desse móvel precisamos
saber em que direção e em que sentido ele se
desloca à razão de 5 metros por segundo.
Portanto, uma grandeza vetorial se caracteriza por quatro elementos:
significado físico, valor numérico (módulo),
direção e sentido. É o que acontece, por exemplo,
com velocidade, força, aceleração, etc..
Notamos que o significado físico é aquilo que a grandeza
representa dentro da Física. Enquanto que o valor numérico,
a direção e o sentido são as características
matemáticas da grandeza (e não características
físicas). Ao conjunto dessas três características
puramente matemáticas da grandeza vetorial chamamos vetor.
Portanto, chama-se vetor ao conjunto do valor numérico, direção
e sentido. É um ente puramente matemático, sem qualquer
significado físico.
Chama-se módulo de um vetor ao seu valor numérico.
É preciso distinguir o vetor da grandeza vetorial. Esta possui
um significado físico. O vetor não possui. Assim,
duas grandezas vetoriais diferentes podem ter o mesmo valor numérico,
a mesma direção e o mesmo sentido. Por exemplo: uma
força pode ter módulo 2, direção AB
e sentido de A para B. Uma velocidade, que é uma grandeza
diferente de uma força, pode ter o mesmo módulo 2,
a mesma direção AB e o mesmo sentido de a para B .
Logo o vetor correspondente a essas duas grandezas vetoriais é
o mesmo, embora elas sejam grandezas de espécies diferentes;
isto é, essas duas grandezas são diferentes sob o
ponto de vista físico, porque uma é força e
outra é velocidade, mas têm as mesmas características
matemáticas.
Sob o ponto de vista da Matemática, é muito cômodo
estudarmos as operações com vetores, isto é,
exclusivamente com módulo, direção e sentido,
independentemente do significado físico, pois assim o cálculo
pode ser aplicado a qualquer grandeza vetorial, qualquer que seja
o seu significado físico. A parte da Matemática que
estuda essas operações é chamada Cálculo
Vetorial.
Um vetor é representado por um segmento de reta orientado
que tenha a direção e o sentido do vetor, e comprimento
igual ao módulo do vetor (segmento de reta orientado é
aquele no qual estabelecemos um sentido de percurso). Indica-se
um vetor com uma letra encimada por uma flecha:
,
,
,
,
, etc..
Dois
segmentos de reta orientados são chamados equipolentes
quando têm mesmo módulo, mesma direção
e mesmo sentido.
Concluímos que diversos segmentos de reta equipolentes
representam o mesmo vetor.
Estudaremos
um resumo das seguintes operações vetoriais:
adição, decomposição, subtração,
multiplicação de um vetor por um número,
divisão de um vetor por um número.
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Suponhamos
dois vetores 1
e 2
representados pelos segmentos orientados AB e CD. Podemos
representar o vetor por um segmento AE equipolente a CD, tomado
a partir de A (figura abaixo). Sobre os segmentos AB e AE
construamos um paralelogramo ABFE, e consideremos a diagonal
AF como um segmento orientado de A para F. Essa diagonal representará
então um vetor .
Esse vetor é chamado soma de 1
e 2
. Escrevemos
= 1
+ 2
|
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Chama-se
soma de dois vetores e ao vetor representado pela diagonal do
paralelogramo construído sobre os segmentos que representam
e . |
Módulo
da soma
Pode
ser calculado pela lei do coseno, que diz: "em qualquer triângulo,
o quadrado de um lado é igual à soma dos quadrados
dos outros dois lados, menos o duplo produto desses dois lados
pelo coseno do ângulo que eles formam".
Aplicando a lei ao triângulo ABF, temos:
Mas: |
|
Fica: |
|
Sendo
o ângulo formado por 1
e 2
temos:
A
expressão anterior fica:
Direção
da soma
Pode
ser assinalada por meio do ângulo que a soma faz com um dos
vetores dados. Por exemplo, pelo ângulo
que faz com . Aplicando ao triângulo ABF a lei dos senos que
diz: "em qualquer triângulo é constante o quociente
de cada lado pelo seno do ângulo oposto", temos:
Mas
|
.
|
Substituindo
esses valores resulta:
Sentido
da soma
Não podemos
exprimir algebricamente o sentido da soma.
Baseado
nesse caso geral, o leitor pode verificar facilmente
os casos particulares seguintes.
1o - Os dois vetores tem mesma direção
e mesmo sentido; a soma terá mesma direção,
mesmo sentido, e por módulo a soma dos módulos.
2o - Os dois vetores tem a mesma direção,
mas sentidos opostos. O vetor soma terá ainda a mesma
direção; terá o sentido do vetor de maior
módulo; e por módulo, a diferença entre
os módulos.
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É
a operação inversa da soma. Dado um vetor ,
decompô-lo em dois outros, 1
e 2,
é determinar dois vetores 1
e 2
que somados dem .
Há
uma infinidade de pares de vetores 1
e 2
que somados dão ,
isto é, o problema da decomposição tem uma
infinidade de soluções. Mas, o caso mais comum é
aquele em que são fixadas as direções de 1
e 2,
e então o problema passa a ter uma única solução.
Suponhamos que os vetores 1
e 2
devam ter as direções das retas r1 e r2.
Por F traçamos a reta FB paralela a r2, que determina
em r1 o segmento AB, e FE paralela a r1, que
determina em r2 o segmento AE. Os vetores 1
e 2
são os procurados.
Num caso de decomposição podemos usar as mesmas fórmulas
e
que no caso da soma, com a diferença de que, na decomposição,
deixa de ser incógnita.
Chama-se
vetor oposto de um vetor
dado a um outro vetor que tenha igual módulo, mesma
direção e sentido oposto ao do vetor dado. O
oposto de um vetor
representa-se por - :
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Suponhamos
dados um vetor
e um número m. Por definição, chama-se produto
do vetor
pelo número m, a um vetor
a que tem:
-
por
módulo, o produto de m pelo módulo de ;
-
por
direção, a direção de ;
-
por
sentido, o sentido de ,
quando m é positivo, e contrário ao de ,
quando m é negativo.
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Por definição,
chama-se quociente de um vetor
por um número m, a um vetor
que tem:
-
por
módulo, o quociente do módulo de
por m;
-
por
direção, a direção de ;
-
por
sentido, o sentido de ,
quando m é positivo, e contrário ao de ,
quando m é negativo.
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Autor:
Roberto A. Salmeron