Energia Eólica

 

            A energia eólica é a energia obtida através da força dos ventos. Esta energia é tida como energia  armazenada do Sol pois, utiliza como fonte primária a energia térmica vinda do Sol (o ar se movimenta devido ao aquecimento desigual fornecido pelo Sol à Terra, conjuntamente, com o movimento de rotação da Terra).

            Este tipo de energia é conhecido à séculos tendo sido, inclusive a energia propulsora das navegações, na época das grandes descobertas (séculos XV e XVI), assim como, foi bastante importante para as atividades agrícolas através do uso de moinhos de vento (utilizado para tirar água do subsolo e/ou moer cereais).

            Atualmente, a energia eólica  também é utilizada para a geração de eletricidade, assim, a energia cinética dos ventos (energia do movimento dos ventos) é convertida em energia mecânica e depois em elétrica.

            A energia eólica extraível de uma região depende de muitos fatores, dentre eles estão: a frequência de ocorrência de velocidade dos ventos em um local, as estações do ano e horas do dia, rugosidade do solo e do sistema de conversão de energia instalado.

            O aerogerador (gerador elétrico movido por hélice) tem seu desempenho ligado à altura de operção, diâmetro da hélice, dimensão do gerador e quantidade de vento que passa pela hélice, assim, todos esses fatores devem ser devidamente dimensionados afim de se obter um melhor rendimento de todo o sistema.

            Tendo em vista a busca de novas diretrizes no campo da produção de energia (evitar energias que acumulem resíduos e sejam inseguras) considera-se que a energia eólica vem de encontro a essas diretrizes conseguindo, ainda, uma boa produção com custo relativamente baixo.

            Nos EUA, mais de dois milhões de habitantes recebem energia elétrica gerada por turbinas movidas à força eólica. Não apenas nos EUA, como também na Europa, especificamente na Dinamarca, onde 30% de toda energia consumida é suprida através do aproveitamento da energia dos ventos.

Moinhos de Vento para obtenção de energia elétrica em uma fazenda da Califórnia.
John Mead/Science Photo Library/Stock Photos

            Os custos de instalação  de uma usina eólica variam de US$ 200 à US$ 2000 por quilowatt instalada e sua eficiência  de conversão é de 35 à 40%.

            A energia eólica só não é mais amplamente utilizada devido à natureza intermitente dos ventos, às limitações geográficas, à ausência de tecnologias para armazenagem da energia produzida e os problemas de resistência dos materiais utilizados na construçào do cata-vento.

            Os impactos ambientais resultantes da instalação de uma usina eólica são limitados. Podem ocorrer problemas de emigração de animais (exemplo: aves) e as hélices de metal dos rotores podem interferir em transmissões de rádio e televisão.

            A baixa velocidade dos ventos no Brasil limita o aproveitamento deste tipo de energia. Apenas algumas regiões do país poderiam ser utilizados para instalá-la: Arquipélago de Fernando de Noronha (ventos de até 10 m/s), litoral da região nordeste (ventos de até 6 m/s), regiões do litoral Sul, a partir do Paraná até o Rio Grande do Sul (ventos de até 5 m/s), Sul do Mato Grosso do Sul e poucas regiões do Estado de São Paulo (como a localizada entre Boituva e São Carlos, também a Ilha de São Sebastião).

            O "grupo eólica" da Universidade Federal do Rio Grande do Sul vem desenvolvendo, com muito sucesso, trabalhos sobre a utilização da energia eólica no suprimento da eletricidade necessária para emissão de microndas (telecomunicações) do Estado. Existem 543 estações repetidoras de microondas em regiões isoladas do país que são alimentadas por geradores a diesel e, a implantação da energia eólica como substituta ocasiona economia do óleo diesel.

        O Fórum Permanente de Energia Renovável, coordenado pelo Ministério de Ciências e Tecnologia, estima que até o ano de 2005 o país deverá ter 1600 turbinas eólicas com capacidade individual de 600 KWh. O Estado do Ceará pretende investir US$ 100 milhões, de recursos oriundos dos governos brasileiros e Japonês, na geração deste tipo de energia.