Carcinoma

 

Embora existam diversos tipos de câncer de pulmão, apenas um é comum: o carcinoma broncogênico, que é quase sempre causado por lesão pulmonar provocada pelo fumo.

A fumaça de tabaco inalada danifica as células que revestem os brônquios. Muitos cientistas acreditam que as células danificadas (a chamada displasia) representam um estágio inicial do câncer. Algumas dessas células podem, gradualmente, formar um tumor semelhante a uma verruga, que é o ponto de partida para o carcinoma broncogênico. À medida que o tumor cresce, ele se alastra dos brônquios para os pulmões. As células cancerígenas freqüentemente entram na corrente sanguínea e são levadas ao cérebro, fígado, ossos e pele, onde formam metástases, ou tumores secundários.

 

Quais são os sintomas?

O primeiro sinal do carcinoma broncogênico é uma tosse que, freqüentemente, é mais intensa do que aquela considerada "normal" para um fumante. A doença está intimamente associada à Bronquite crônica. Mais da metade das pessoas que desenvolvem câncer de pulmão tiveram bronquite por muitos anos. Além da tosse, geralmente há produção de muco, que pode ter resíduos de sangue. É possível que a pessoa sinta um pouco de falta de ar e tenha dores no peito, que podem ser agudas, tornando-se piores ao respirar fundo, ou difusas e persistentes. Pode manifestar-se também um chiado no peito.

Algumas vezes, os primeiros sintomas do câncer de pulmão originam-se em outros órgãos, para os quais o câncer já se alastrou. O carcinoma broncogênico se prolifera em um a cada oito casos e, quando isso ocorre, o câncer secundário poderá alertar o médico para a existência de um câncer primário no pulmão. Os sintomas do câncer secundário dependem do órgão afetado. Se for o cérebro, poderá ocorrer dores de cabeça, confusão, ataques epilépticos ou outros sintomas. Nos ossos, os sintomas são dor, inchaço ou até mesmo fratura óssea. Já na pele, aparecem inchaços semelhantes a cistos e, no fígado, os sintomas poderão ser fadiga, perda de peso e icterícia.

 

Quais são os riscos?

O carcinoma broncogênico é uma das formas mais comuns de câncer. Ele costuma afetar mais homens do que mulheres, provavelmente porque leva muito tempo para progredir, e fumar foi, durante um longo período, um hábito tipicamente masculino. Recentemente, registrou-se uma mudança nesse quadro e as mulheres passaram a ser mais atingidas. É possível que isso tenha acontecido porque o tabagismo difundiu-se bastante entre as pessoas do sexo feminino.

As chances de contrair a doença variam de acordo com a quantidade de cigarros que uma pessoa fuma. Se nunca tiver fumado, é quase improvável que sofra de carcinoma broncogênico. Os fumantes leves são dez vezes mais suscetíveis do que os não-fumantes, enquanto os fumantes inveterados são 25 vezes mais suscetíveis. Assim que a pessoa deixa de fumar, os riscos começam a diminuir. Após 15 ou mais anos sem fumar, as chances de contrair câncer broncogênico serão quase as mesmas das pessoas que nunca fumaram.

Quando o câncer do pulmão é descoberto nos estágios iniciais, a parte afetada do pulmão pode, em alguns casos, ser removida por cirurgia. Cerca de um quarto dos pacientes tratados cirurgicamente sobrevive por cinco anos ou mais, mas a maioria já se encontra em estado muito avançado para tratamento cirúrgico no momento em que a doença é diagnosticada.

Os fumantes aumentam a chance de contrair não apenas o câncer mas também diversas outras doenças fatais associadas ao hábito de fumar. Dentre elas encontram-se a Doença das artérias coronárias, o Derrame, a Bronquite crônica e o Enfisema.

 

O que deve ser feito?

Para evitar o carcinoma broncogênico, a pessoa deve parar de fumar imediatamente (veja o ícone Dicas de auto-ajuda). Um tumor leva anos para se desenvolver e, se a causa for eliminada, o processo poderá ser retardado ou mesmo interrompido. Se a pessoa já apresentar sintomas como uma tosse de fumante cada vez mais severa, dores no peito e sangue no muco, ela deverá consultar um médico, que provavelmente examinará seu peito com um estetoscópio e solicitará um exame de raios X do tórax. Se o resultado apresentar sinais de um possível câncer ou se o médico suspeitar dessa possibilidade, é provável que o paciente seja encaminhado a um especialista, que poderá utilizar um broncoscópio para procurar tumores cancerígenos nos brônquios. Poderá ser necessária também uma tomografia computadorizada.

 

Qual é o tratamento?

Auto-ajuda: o único tipo de ajuda possível é parar de fumar.

Ajuda profissional: a remoção cirúrgica do câncer é o melhor tratamento para o carcinoma broncogênico, mas em muitos casos o câncer já está avançado demais ou outros problemas de saúde (doença cardíaca, redução na capacidade respiratória devido a bronquite crônica ou enfisema) impossibilitam essa cirurgia. A radioterapia, às vezes, retarda a evolução do câncer e pode aliviar os sintomas por meses ou, em alguns casos, por anos.

Outra possibilidade é o tratamento com drogas citotóxicas. Essas drogas destroem as células cancerígenas ao mesmo tempo que causam poucos danos às células saudáveis. O tratamento com drogas para o carcinoma broncogênico é semelhante àqueles que se mostraram eficazes em cânceres como a Doença de Hodgkin e a Leucemia. Uma ou mais séries de tratamentos poderão ser necessárias, cada uma durando várias semanas. Os efeitos colaterais das drogas são bastante desagradáveis, mas a maioria das pessoas que se submetem à quimioterapia percebe que os sintomas são aliviados e que o desenvolvimento da doença é interrompido. A remissão que vem depois do tratamento com drogas pode durar meses ou até anos, mas uma cura definitiva para o carcinoma broncogênico é rara.

O tratamento mais apropriado dependerá da extensão da doença, dos resultados da biópsia (exame laboratorial de uma amostra retirada do tumor) e da saúde geral do paciente. As possibilidades devem ser discutidas com o médico. Apesar de um diagnóstico de câncer do pulmão ser muito grave, é possível tratá-lo e até mesmo curá-lo.

 

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