MARINHA DO BRASIL
A extensão da
costa - mais de sete mil quilômetros - e os 55.000km2 de águas
internas do Brasil caracterizam uma realidade geográfica que impõe a
necessidade de uma poderosa força naval.
Marinha do Brasil
é a instituição e força armada naval composta pelos oficiais e praças,
estabelecimentos, embarcações e correspondente material bélico destinados à
defesa do estado brasileiro.
História
Os navios deixados
por D. João VI ao retornar a Lisboa, após o período de permanência da corte no
Brasil, formaram o núcleo em torno do qual começou a desenvolver-se a Marinha
do Brasil independente. Entre 1822 e 1823 foi criada a "esquadra da
independência", cujo objetivo era reforçar a capacidade de defesa do
império. Seu primeiro comandante foi o oficial inglês Lord Thomas John
Cochrane, contratado por José Bonifácio no posto de primeiro almirante. O papel
da Marinha logo se tornou decisivo para a consolidação da independência.
Cochrane combateu vitoriosamente na Bahia, no Nordeste e na Província
Cisplatina.
Em 1824, sob o
comando do general Francisco de Lima e Silva, a brigada reprimiu a Confederação
do Equador, em Recife. Outros nomes importantes nas campanhas de consolidação
foram João Francisco Oliveira Botas, John Taylor, John Grenfell, Rodrigo José
Ferreira Lobo, Rodrigo Pinto Guedes, Teodoro Alexandre de Beaurepaire e James
Norton. No bloqueio do porto da Bahia, escunas e canhoneiras brasileiras,
comandadas por João Botas, impediram o abastecimento dos navios portugueses. Na
mesma época, John Taylor, à frente da fragata Niterói, perseguiu a esquadra
lusa até a foz do Tejo.
Depois de 1824, a
Marinha lutou junto ao poder central contra movimentos revolucionários, como a
campanha cisplatina (1825-1828), em que se revelaram os talentos de Tamandaré,
Barroso e Inhaúma. De 1848 a 1849, foi a vez da repressão à revolução praieira,
em Pernambuco. Na guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852), a esquadra
brasileira sobressaiu no célebre episódio da passagem de Tonelero, em 17 de
dezembro de 1851 e, ainda no Sul, participou de combates na campanha oriental
de 1864-65.
Na guerra do
Paraguai, a Marinha empenhou-se em várias ações decisivas, como a tomada de
Paysandú, em janeiro de 1865, e a batalha do Riachuelo, em 11 de junho de 1865.
Para lembrar essa batalha, comemora-se em 11 de junho o Dia da Marinha.
Importantes foram também a travessia do rio Paraná (16-17 de abril de 1866), a
passagem de Curupaiti (15 de agosto de 1867) e a de Humaitá (19 de fevereiro de
1868). Além dos grandes líderes Tamandaré, Barroso e Inhaúma, celebrizaram-se
no conflito Antônio Carlos de Mariz e Barros, João Guilherme Greenhalgh e
Marcílio Dias. Nos últimos anos do império, a Marinha brasileira passou por
notável aprimoramento técnico e material. Em 1884 incorporou o encouraçado
Riachuelo e em 1885 o Aquidabã, vasos de guerra do mais alto padrão existente
na época. A armada brasileira era respeitada, então, como uma das maiores do
mundo.
No início do
período republicano, a Marinha do Brasil passou a construir e incrementar seus
próprios estaleiros e, entre 1906 e 1910, sob os governos de Rodrigues Alves a
Nilo Peçanha, foram comprados na Europa encouraçados, cruzadores e torpedeiros.
Em 1914 foram adquiridos três submarinos e um tênder. Tinha início a primeira
guerra mundial, e a divisão naval em operações de guerra, da Marinha do Brasil,
fez o patrulhamento e defesa anti-submarina do Atlântico sul, na área situada
entre Dakar, as ilhas de Cabo Verde e o estreito de Gibraltar. Seu comandante
era o almirante Pedro Max Fernando de Frontin. Em Dakar, a peste dizimou 464
dos dois mil homens da divisão.
A partir da década
de 1930, a construção naval no Brasil se intensificou. Na segunda guerra
mundial, coube à Marinha, inicialmente, manter a neutralidade brasileira
mediante o patrulhamento as águas territoriais (1939-1942). Após o
torpedeamento, em agosto de 1942, de cinco navios mercantes nacionais, e com a
declaração de guerra ao Eixo, no dia 22 do mesmo mês, a Marinha do Brasil
integrou-se ao esforço de guerra. Participou efetivamente da batalha do
Atlântico, quando escoltou a força expedicionária brasileira até a Europa, em
cooperação com a quarta esquadra americana. Perdeu três navios e 477 homens no
conflito, enquanto a marinha mercante perdia 31 navios e 569 homens.
Primeiro submarino construído no Brasil