AVIÃO
Foi Clément Ader,
pioneiro francês da aeronáutica, o criador da palavra avion, com que em 1897 batizou um de seus
aparelhos.
Avião ou aeroplano
é uma aeronave mais pesada que o ar, cuja sustentação provém das forças que
provoca ao avançar na atmosfera.
Teoria
do vôo aerodinâmico
Embora mais
pesados que o ar, os aviões são capazes de elevar-se e voar, graças à força de
tração gerada pelo motor. Essa tração cria o chamado vento relativo, cujo
fluxo, ao circular e ser modificado de forma conveniente pelos perfis
aerodinâmicos, dá origem a uma força ascensional denominada sustentação. Essa
força é capaz de vencer a atração da gravidade, que se manifesta no peso do
avião, e a força de arrasto, que é a resistência ao seu avanço.
As quatro forças
citadas (tração, sustentação, gravidade e arrasto) atuam sobre o centro de
gravidade do aparelho. Quando a resultante, ou seja, a força derivada da
composição das quatro, passa por esse ponto, o avião decola, aterrissa, avança
ou freia com relativa estabilidade. Se a resultante é aplicada fora do centro
de gravidade, o momento do par de forças aplicado faz girar o corpo do
aparelho. Pilotar o avião significa, essencialmente, tirar partido daquelas
quatro forças de modo a levá-lo ao destino preestabelecido.
Força
de ascensão e propulsão
A sustentação é
produzida pelas asas, por jatos direcionais ou por hélices rotativas. Num
aparelho de asa fixa, essa força é a resultante da velocidade e do fluxo de ar.
Em vôo horizontal, a força de sustentação é igual ao peso do avião. Para
decolar, manobrar ou aterrissar, porém, tem de superar o peso. Assim, a asa do
avião deve ser desenhada com um perfil aerodinâmico. Na face superior, curva, o
ar segue um percurso mais longo e, portanto, passa com velocidade maior e
exerce menos pressão, enquanto, na face inferior da asa, plana, segue um
percurso mais curto, passa com velocidade menor e portanto exerce a pressão
maior, que se opõe à gravidade.
A força de
sustentação, que corresponde à componente vertical da resultante das forças de
pressão aerodinâmica, é gerada quando o ar desliza sobre a superfície das asas.
A componente horizontal das forças citadas é o arrasto. A velocidade correta do
vôo só é possível quando se consegue, por meio do sistema de propulsão, superar
ou igualar o arrasto, de forma que se ultrapasse também a inércia do avião.
A força de
propulsão dá lugar a um aumento da inércia na massa de ar que cerca o avião. No
caso da propulsão a hélice, a inércia de retrocesso da massa de ar é complementada
pelo acréscimo da energia mecânica proporcionada pelas pás das hélices.
A utilidade da
hélice está limitada pela velocidade máxima que sua extremidade é capaz de
alcançar para conseguir um bom rendimento. Essa é inferior à do som e por isso
a velocidade máxima dos aviões a hélice é da ordem de 0,8 mach (o mach é uma
unidade de medida que expressa a relação entre uma determinada velocidade e a
velocidade do som). No caso de motores a jato, conduz-se energia térmica a um
fluxo controlado de ar que atravessa o reator. Para esse tipo de motor,
reduz-se a velocidade da corrente de ar e aumenta-se a pressão, seja com um
duto amplificador, como no estatorreator, seja com um duto e um compressor,
como no caso do turborreator.
O
problema da onda de choque
As características
básicas de um avião em vôo subsônico são semelhantes às de um aparelho
supersônico. Existe, porém, uma diferença importante, que é a existência de
ondas de choque expansíveis. A força de frenagem atribuível a essas ondas pode
chegar a cinqüenta por cento da soma das demais forças de arrasto.
O Concorde, primeiro avião
supersônico
Quando o avião se
desloca a uma velocidade subsônica, as ondas radiais de pressão se propagam à
frente da perturbação. No entanto, quando a velocidade é supersônica, as ondas
de pressão se atrasam e se propagam lateralmente, criando uma frente de
perturbação denominada onda de choque. Se essa onda excede um dado ponto, faz
aumentar a pressão, a temperatura e a densidade do ar, dando origem a uma
transferência de energia que se traduz num forte estampido e pode quebrar
vidraças, causar oscilações em edifícios etc. É o fenômeno conhecido como
quebra da barreira do som.
Classificação
dos aviões
Aviões
comerciais
Aviões comerciais
são aparelhos usados pelas companhias aéreas dedicadas ao transporte de
passageiros ou de carga.
Aviões
militares
Os aviões de
aplicação militar podem ser classificados, de modo geral, em aparelhos de
transporte, de vigilância aérea, estratégicos de longo alcance e caças
interceptadores.
Mirage 2000, caça interceptador
francês
Aviões
esportivos
Esses aviões são utilizados
com fins esportivos compreende e incluem aviões leves e ultraleves.
Os aviões leves
são monomotores ou bimotores convencionais que podem ser usados em vôos
acrobáticos, levantamentos topográficos, fotografia aérea etc. Podem ser fabricados
com materiais plásticos de alta resistência.
Os ultraleves, são
planadores aos quais se adaptam motores e que não superam cem quilos de peso
nem oitenta quilômetros por hora de velocidade. Sua finalidade é quase
exclusivamente o vôo recreativo.