16 - PETRÓLEO NO BRASIL

Produção Petrolífera do Brasil – 1978

CAMPOS

PRODUTORES

PETRÓLEO

BRUTO(M3)

Em Terra

Alagoas

Furado..........................................

S. Miguel dos Campos.................

Tabuleiro do Martins...................

Outros..........................................

Sergipe

Carmópolis...................................

Sirizinho.......................................

Riachuelo.....................................

Brejo Grande................................

Outros...........................................

Bahia

Miranga.........................................

Água Grande.................................

Buracica........................................

Araças...........................................

Taquipe.........................................

Candeias........................................

Faz. Boa Esperança.......................

Remanso........................................

Cassarongongo..............................

Mata de São João..........................

Fazenda Imbé................................

Dom João......................................

Malombé.......................................

Gomo............................................

Santana..........................................

Fazenda Panelas............................

Outros............................................

Espírito Santo

Fazenda Cedro..............................

Faz. Cedro do Norte......................

São Mateus....................................

Outros............................................

6.790.517

134.318

114.078

8.879

8.318

3.043

1.632.896

1.209.624

243.684

146.957

15.496

17.137

4.833.539

1.046.893

814.123

728.306

648.754

366.890

239.748

152.295

151.949

111.285

86.194

81.990

81.861

54.596

52.329

49.332

39.962

127.032

189.764

142.591

22.050

16.124

8.999

Plataf. Continental

Sergipe..........................................

Bahia.............................................

Rio de Janeiro...............................

Rio Grande do Norte.....................

Espírito Santo................................

2.514.329

1.100.817

533.330

493.464

260.023

126.695

Brasil

9.304.846

Fonte : Anuário Estatístico do Brasil, IBGE.

A industrialização do Petróleo no Brasil começou tarde em relação aos outros países, somente na década de trinta pensou-se concretamente nisso, e na de quarenta é que foram iniciadas de forma efetiva a sua exploração e produção. Até então, todo petróleo era importado, embora existissem exploradores nas regiões que apresentavam vestígios superficiais de minerais oleosos. Em 1933, a pesquisa passa a ser orientada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, ligado ao Ministério da Agricultura. Os resultados começaram a aparecer, de fato, em 1939, quando foi descoberta a primeira jazida petrolífera brasileira, em Lobato, no Recôncavo Baiano.

A partir daí, novas pesquisas e perfurações foram realizadas. Em 1941, o primeiro poço petrolífero brasileiro, também situado no Recôncavo Baiano, passa a produzir petróleo.

Objetivando tornar o país auto-suficiente em petróleo, em 1953 o governo cria a Petrobrás. com isso fica assegurada ao governo a exclusividade da pesquisa, lavra, refinação, transportes e comercialização do petróleo e seus derivados.

A primeira referência à pesquisa de petróleo no Brasil remonta ao final do século XIX. Entre 1892 e 1896, Eugênio Ferreira de Camargo instalou por conta própria, em Bofete – SP, uma sonda junto ao afloramento de uma rocha betuminosa. O furo atingiu mais de 400 m, mas o poço encontrou apenas água sulfurosa. Foi somente em janeiro de 1939 que se revelou a existência de petróleo no solo brasileiro, no poço de Lobato – BA, perfurado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão do governo federal. O poço de Lobato produziu 2.089 barris de óleo em 1940.

Em outubro de 1953 instituiu-se o monopólio estatal da pesquisa, lavra, refinação, transporte e importação do óleo no Brasil, pela Petrobrás (Petróleo Brasileiro S.A.), sob a orientação e a fiscalização do Conselho Nacional de Petróleo (CNP). Na década de 1950 e começo da de 1960 descobriram-se novos campos, especialmente no Recôncavo Baiano e na bacia de Sergipe/Alagoas. Também se desenvolveram pesquisas nas bacias sedimentares do Amazonas e do Paraná.

Em março de 1955, foi encontrado petróleo em Nova Olinda, no médio Amazonas. Em seguida as atividades de perfuração estenderam-se até a bacia do Acre. Como as quantidades do petróleo obtidas não eram comerciais, após seis anos a avaliação dos resultados aconselhou a redução da exploração. Em 1967, as perfurações na bacia amazônica foram suspensas. Com os avanços tecnológicos, a Petrobrás procedeu os levantamentos geofísicos nas bacias do Paraná e do Amazonas. Alcançaram-se bons resultados, em particular descoberta de gás natural na região do rio Juruá, no alto Amazonas, a partir de 1978.

Dez anos antes, a empresa iniciara a exploração de petróleo na plataforma continental, com a descoberta de óleo no litoral de Sergipe (campo de Guaricema). Foi, porém, a crise do petróleo, iniciada em 1973, que viabilizou a prospecção em áreas antes consideradas antieconômicas. Na década de 1970, intensificou-se a exploração em bacias submersas. A identificação de petróleo na bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, duplicou as reservas brasileiras. Mais de vinte campos de pequeno e médio portes foram encontrados mais tarde no litoral do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe. Em 1981, pela primeira vez, a produção dos campos submarinos ultrapassou a dos campos em terra. No início da década de 1980, o Brasil era, depois dos Estados Unidos, o país que mais perfurava no mar, mas, no final do século, ainda precisava importar quase a metade do petróleo que consumia, apesar de suas reservas provadas de aproximadamente 3,8 bilhões de barris (0,2% das reservas internacionais).

O refino de petróleo no Brasil começou em 1932, ao ser instalada a Destilaria Sul-Riograndense em Uruguaiana – RS, com capacidade de 25m³. Em 1936 inauguraram-se duas outras refinarias: a de São Paulo, com capacidade de oitenta metros cúbicos e a do Rio Grande – RS capaz de produzir o dobro. Em 1959, o CNP instalou em Matapire – BA a Refinaria Nacional de Petróleo, mais tarde denominada Refinaria Landulfo Alves.

Na década de 1990 a Petrobrás contava com uma fábrica de asfalto, em Fortaleza – CE, e dez refinarias: Refinaria de Manaus (Reman); de Paulínia (Repkan); Presidente Bernardes (RPBC); Henrique Lage (Revap); Presidente Getúlio Vargas (Repar); Alberto Pasqualini (Refap);Duque de Caxias (Reduc); Gabriel Passos (Regap); Landulfo Alves (RLAM); e Capuava (Recap). Em meados da década de 1990, o Brasil produzia cerca de 750.000 barris de petróleo por dia, com a possibilidade de aumento gradativo desse número, com a exploração de campos gigantes da bacia de Campos.

A partir de 1950, com o desenvolvimento industrial e a construção de rodovias interligando várias cidades brasileiras, aumenta consideravelmente o consumo de petróleo. Em 1968, o petróleo existia em grande quantidade e a baixo preço no exterior, e a política governamental de auto-suficiência petrolífera foi deixada de lado. A ordem passou a ser comprar petróleo onde fosse mais barato. A partir desse ano, a produção nacional estaciona e o consumo cresce. A importação do Petróleo traz sérias conseqüências para o país, entre elas, o aumento da dívida externa.

A essa altura, você já pode perceber o quanto o mundo se tornou dependente do petróleo e o quanto ele é capaz de alterar as relações entre duas grandes categorias: a dos grandes produtores e a dos grandes consumidores de petróleo. O Brasil encontra-se nessa última categoria.

Em 1978, nova crise – desta vez o preço internacional quintuplica. A Petrobrás volta a investir na prospecção de jazidas petrolíferas a fim de diminuir nossa dependência externa em relação a esta fonte importantíssima de matéria – prima. Em 1984, a produção nacional praticamente se iguala a quantidade de petróleo importado.

O gráfico a seguir mostra a variação do consumo, produção e importação de petróleo no período de 1955 a 1985, no Brasil.

 

A unidade barril é utilizada para expressar a quantidade de petróleo, correspondendo cada barril a 159 litros de óleo cru.