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O
termo Energia incorporou-se, em caráter definitivo, ao cotidiano das pessoas.
Este é o reconhecimento de que o consumo de energia determina, e muito,
o padrão de vida dos habitantes da Terra. Ter energia à disposição, sob
as mais diversas formas, é uma condição necessária para o desenvolvimento
econômico e social de um país.
O homem utiliza energias de diferentes formas para realizar as mais diversas
tarefas. Por exemplo, ele se beneficia da energia muscular animal para
tracionar carroças e arados. Utiliza energia elétrica para uma infinidade
de afazeres, além do uso na iluminação ambiental. Utiliza energia proveniente
de combustível fóssil, o petróleo, para facilitar a sua locomoção. Além
disso, usa energia química no seu organismo para manter as funções vitais;
o alimento por ele ingerido proporciona uma reserva energética estrategicamente
armazenada para que possa ser utilizada quando necessário. Hoje em dia,
são também utilizadas energia eólica (vento), energia solar (por exemplo,
em células solares) e energia nuclear em tratamentos médicos, diagnósticos,
esterilização de material cirúrgico, para citar apenas parte do seu uso
pacífico.
Energia é, portanto, a mola propulsora do desenvolvimento, do progresso.
Por isso, a relevância de programas de geração e conservação de energia.
A busca por fontes alternativas de energia será perene.
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Na
Mecânica são introduzidos os conceitos de energia cinética, que é relativa
ao movimento, e energia potencial, que é relativa à posição. A energia
é uma grandeza escalar.
Para uma partícula de massa m e velocidade v, a sua energia cinética é
dada pela expressão:

Note-se
que quanto maior for a velocidade e a massa de um objeto tanto maior será
a sua energia cinética. Esta expressão está muito de acordo com a nossa
experiência cotidiana. Sabemos que um carro em movimento pode realizar
tarefas, algumas delas absolutamente desnecessárias, tais como derrubar
postes, derrubar muros ou deformar laterais de outros carros. O estrago
provocado em acidentes é tanto maior quanto maior a velocidade do veículo.
Uma jamanta, por outro lado, por ter uma massa maior do que um automóvel
é capaz de fazer mais estragos do que este (à mesma velocidade).
Existe uma forma de energia, muito importante na Mecânica e em outras
áreas da Física Clássica, que depende da posição. Ou seja, esta energia
(esta forma de energia) depende do ponto onde o móvel está localizado.
Por essa razão esta energia é denominada Energia Potencial (energia de
posição).
O que faz uma partícula possuir energia pelo simples fato de ele ocupar
uma certa posição no espaço? A resposta é bastante simples. Esta forma
de energia surge como resultado da interação entre os objetos. Em outras
palavras, a energia potencial está intimamente ligada à existência de
forças. Mais precisamente, a energia potencial resulta sempre de alguma
força (ou interação) que lhe deu origem.
Energia
Potencial Força
No
entanto, nem todas as forças dão origem a essa forma de energia (Energia
Potencial). Algumas forças (como as forças de atrito), ao invés de gerarem
energia, acabam dissipando, isto é, consumindo, energia.
No mundo físico, classificamos assim as forças em duas grandes categorias:
Forças Conservativas
as quais dão origem a alguma forma de energia potencial Forças Não-conservativas
não podemos
associar a elas a energia potencial.
Exemplos
de Forças Conservativas:
Exemplos de Forças
não-conservativas:
Forças de atrito e Forças viscosas num fluido
Como
vimos, a energia é utilizada para realizar diferentes afazeres. Em Física,
dizemos que a energia é utilizada para realizar trabalho. Trabalho pode
também ser definido em termos da força aplicada a um corpo e do deslocamento
a ele transmitido. O trabalho, assim como a energia, é uma grandeza escalar.
Pode-se mostrar que o trabalho realizado por uma força F para deslocar
um corpo de um ponto A a um ponto B, ,
é a diferença de energia cinética do corpo nos pontos A e B.

onde
m é a massa do corpo vA e vB,
os módulos da sua velocidade nos pontos A e B, respectivamente.
Pode-se
também relacionar trabalho realizado por uma força com energia potencial.
Tendo em vista a existência de duas categorias de forças, podemos nos
perguntar sobre a forma de distingui-las. Novamente aqui utilizamos o
conceito de trabalho.
Consideremos o deslocamento de uma partícula de um ponto A para um ponto
B do espaço.

Existem
infinitas maneiras de irmos de um ponto A até o ponto B. Podemos utilizar
infinitos caminhos (ou seja, trajetórias), por exemplo, pelos caminhos
1, 2 ou 3 da figura. Dizemos que uma força é conservativa se o trabalho
realizado pela força não depender do caminho utilizado para irmos de A
até B.
Outra definição equivalente a essa é dizer que uma força é conservativa
quando, para um caminho fechado qualquer (isto é, indo de A até A), o
trabalho é nulo.

Já
vimos que uma força é conservativa se o trabalho realizado no percurso
de A até B só depende dos pontos A e B. Como os pontos A e B têm posição
rA e rB,
escrevemos matematicamente:

onde
é uma função de
rA (isto é, depende de rA)
e é a energia potencial em A, e
é a mesma função calculada B (de coordenada rB)
e é a energia potencial em B.
Note-se
que essa condição leva naturalmente a

O
fato de que deve
se anular explica a razão para o sinal "menos" na equação .
A função é a função
Energia Potencial.
Vimos
que o trabalho é uma medida da variação da energia cinética, isto é,

Portanto,
se considerarmos as duas expressões sobre o trabalho realizado entre A
e B, podemos escrever para forças conservativas as identidades

ou

À
soma da energia potencial e da energia cinética damos o nome de Energia
Mecânica.

Como
na expressão acima os pontos A e B são arbitrários, concluímos que ele
vale para qualquer ponto. Donde concluímos:
A
energia mecânica é conservada
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Naturalmente,
o resultado acima só faz sentido para forças conservativas.
Agora entendemos melhor o que significa uma força ser conservativa. Para
essas forças, quando nos deslocamos de um ponto para outro, a energia
mecânica se conserva. Isto é, assume o mesmo valor em qualquer ponto do
espaço.
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A
energia total de um sistema fechado (que não interage com outro) é sempre
conservada. Isto é, em todos os processos físicos a energia armazenada
sob uma forma pode ser convertida em energia de outra forma. A quantidade
de energia total é sempre a mesma.
Por energia total entendemos a soma das energias nas diversas formas.
Por exemplo, no caso da força de atrito não existe conservação da energia
mecânica porque essa energia é parcialmente dissipada. Parte dela é transformada
em calor. Um dos resultados do atrito é produzir aquecimento entre as
superfícies em contato. A energia total, isto é, a energia mecânica mais
a energia térmica, se conserva desde que não haja perda de calor para
o exterior.

Numa
usina hidroelétrica a energia potencial da água armazenada em represa
é utilizada para girar turbinas que geram energia elétrica. Nos exemplos
práticos do dia-a-dia sempre há perda de energia, porque o sistema
não é ideal e não está totalmente isolado. |
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A
energia muscular resulta da transformação das substâncias armazenadas
no organismo humano. O açúcar ou a gordura é queimada para fornecer
energia aos músculos, causando a contração de alguns e a distensão
de outros sob o comando do cérebro, de tal modo que o corpo consiga
empurrar, por exemplo, um veículo quebrado. |
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O
Sol é uma estrela que emite muita energia proveniente de reações nucleares
de fusão. Dada a sua temperatura, que na superfície é da ordem de 6000K,
a matéria solar é constituída de núcleos e elétrons separados e não átomos.
A reação que ocorre na matéria solar é de fusão dos núcleos, isto é, junção
dos núcleos, que libera muita energia além de muitas partículas, os raios
cósmicos.

Uma
parte da energia solar é absorvida pelas plantas para sintetizar açúcares
a partir de gás carbônico e de água. Esses açúcares são utilizados
pelas plantas para produzir flores, frutos, folhas e raízes, fontes
de alimentação de animais e homens. Na fotossíntese é produzido ainda
oxigênio, purificando assim o ar. |
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Algumas
residências são dotadas de coletores solares planos instalados nos telhados,
para o aquecimento parcial da água. Existem também coletores solares côncavos,
que fazem a concentração dos raios solares, gerando energia térmica utilizável
de diversas maneiras.
Autores:
Marques e Ueta
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