Quando um ônibus ou um carro está em movimento, um livro colocado sobre o assento pode ser deslocado sem que ninguém toque nele. Basta haver uma freada brusca ou uma curva em velocidade alta. Até uma pessoa distraída ou mal acomodada pode ser lançada do seu assento, tal a força que age sobre ela.

Discutimos no capítulo 14 a Lei de Inércia ou primeira lei de Newton, que diz:

"Todo corpo persiste em seu estado de repouso, ou de movimento retilíneo e uniforme, a menos que seja compelido a modificar esse estado pela ação de forças impressas sobre ele."

Sobre um livro em repouso no banco do ônibus, deslocado da sua posição de equilíbrio, não estava agindo nenhuma força de uma interação. Não havia ninguém empurrando nem nada atraindo o livro. Então, a primeira lei de Newton não vale no ônibus freando, fazendo uma curva ou então arrancando bruscamente. A primeira lei de Newton não vale em qualquer referencial.

Um referencial é denominado referencial inercial se nele a primeira lei de Newton é válida.

Portanto, um ônibus em movimento acelerado não é um referencial inercial. Ele é um referencial não-inercial.

A Terra não é um referencial inercial. A Terra está em movimento de rotação. Mas, para efeito de observações que fazemos sobre as leis de Newton, essa rotação não afeta. Assim sendo, como uma boa aproximação aceitamos um laboratório sobre a Terra como um referencial inercial.

Sistemas de referência em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme em relação a um sistema inercial também são inerciais.

Marques e Ueta

 

 

   

 


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