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1 – Sabemos que uma
carga elétrica Q produz ao seu redor um campo elétrico E (fig. 337).
Suponhamos que essa carga elétrica entre em movimento. Uma carga
elétrica em movimento é uma corrente elétrica. Ora, uma corrente
elétrica produz ao seu redor um campo magnético H. Concluímos então,
que uma carga elétrica em movimento produz ao seu redor dois campos:
o elétrico, que existe sempre, e o magnético, que
ela produz pelo fato de estar em movimento.

Figura 337
Representemos por R a região abrangida
por êsses dois campos (Fig. 338). Quando a carga Q se desloca,
êsses dois campos também se deslocam: considerando uma direção r
qualquer, os campos elétrico e magnético vão atingindo sucessivamente
os pontos A,B,C... à medida que a carga se desloca. Isso nos dá
uma primeira idéia de como um campo elétrico e um magnético podem
propagar-se juntos pelo espaço: basta que uma carga elétrica
entre em movimento.
Uma característica
fundamental nessa propagação é a seguinte. Se o movimento
da carga é retilíneo e uniforme, então só há propagação
dos campos enquanto a carga está em movimento. Mas,
se movimento não for retilíneo e uniforme, isto é, se a carga
for acelerada ou retardada, então se observa que:
1o) esses dois
campos continuam avançando pelo espaço, e em todas as direções,
mesmo que a carga pare;
2o) esses dois
campos avançam com uma velocidade igual à velocidade de propagação
da luz. |

Figura 338 |
Chama-se onda eletromagnética
ao conjunto dos campos elétrico e magnético propagando-se pelo espaço.
As ondas eletromagnéticas são sempre produzidas por cargas elétricas
aceleradas ou retardadas.
Evidentemente deve haver uma razão para que se chame “onda”. A
razão é a seguinte: consideremos uma direção r qualquer de propagação
dos campos (fig. 339). Ao
longo dessa reta, o módulo do vetor campo elétrico
varia, e se marcarmos os vetores
em todos os pontos de r, as extremidades dos vetores
se dispõem sobre uma linha que tem a forma de uma onda. Isso indica
que o campo
é nulo num certo ponto A, depois vai aumentando até atingir um
máximo num ponto F, vai diminuindo até se anular num ponto G; depois
muda de sentido e vai novamente aumentando até atingir o máximo,
etc.. Com o campo magnético acontece o mesmo.

Figura 339
Vemos por aí que nas ondas eletromagnéticas
não existem partículas materiais em movimento ondulatório,
como por exemplo, no caso das ondas sonoras ou das ondas que se
formam na superfície da água.
O
campo elétrico se propaga num plano, isto é, os vetores elétricos
se dispõem num certo plano P1
. O campo magnético se propaga num outro plano P2
. Uma propriedade importante das ondas eletromagnéticas é
que êsses dois planos são perpendiculares: os vetores
estão em um plano perpendicular ao plano dos vetores
, como indica a figura 340. |

Figura 340 |

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