Esse módulo do sistema estará disponível em breve. Esse módulo do sistema estará disponível em breve. Esse módulo do sistema estará disponível em breve. Esse módulo do sistema estará disponível em breve.


 

  

Para compreendermos bem as oscilações elétricas, recordemos o seguinte: quando uma bobina é percorrida por uma corrente i  variável, ela sofre auto-indução.  Se a corrente i  está diminuindo, a corrente de auto-indução i'  tem mesmo sentido que ela.  Se a corrente i  está aumentando, a corrente de auto-indução i'  tem sentido oposto.

Suponhamos agora um condensador e uma bobina ligados em série por uma chave S (figura abaixo).  Imaginemos que o condensador esteja carregado (o processo usado para carregá-lo não nos interessa no momento).  O condensador carregado tem uma das armaduras, por exemplo a, com carga positiva +Q e potencial V1; a outra armadura, b, com carga negativa -Q e potencial V2.  A diferença de potencial entre as armaduras é então V1-V2.



Figura 334

             

 

Imaginemos que fechamos a chave S (fig. 334-a).  A extremidade A da bobina fica ligada à armadura de potencial V1, e, portanto, fica a êsse potencial V1.  A extremidade B fica ligada à armadura de potencial V2, e fica a êsse potencial V2 (fig. 334-b).  Então, entre os extremos da bobina fica aplicada a mesma diferença de potencial V1-V2 que há entre as armaduras do condensador.  Ora, havendo diferença de potencial entre os extremos da bobina, ela é percorrida por uma corrente i.  Já vimos anteriormente, várias vezes, que convencionamos que a corrente se desloque do potencial positivo para o negativo.  Mas, na realidade essa corrente i é constituída por elétrons que se deslocam do potencial negativo para o positivo, isto é, que saem da armadura negativa do condensador e vão para a armadura positiva (fig. 334-b).  Em outras palavras, o condensador desempenha o papel de um gerador que fornece à bobina a corrente i.              

O que aconteceria se não houvesse auto-indução  –  Como o circuito inicialmente estava aberto, no instante em que fechamos a chave S a corrente é nula.  Se não houvesse auto-indução, essa corrente aumentaria até atingir um máximo e depois diminuiria, até se anular novamente, como indica a figura ao lado.  Isso porque essa corrente é constituída por elétrons, que saem da armadura negativa b, e chegam à armadura positiva.  Então a carga -Q da armadura negativa passaria para a armadura positiva, e neutralizaria a carga +Q nela existente.  O condensador ficaria então descarregado, a corrente i se anularia, isto é, deixaria de existir, e o fenômeno terminaria aí (fig. 334-c) 


Figura 335

O que acontece por causa da auto-indução  –  Mas, como há auto-indução na bobina, o que acontece é o seguinte.  Enquanto a corrente vai aumentando desde zero até o máximo, há uma pequena corrente de auto-indução i’ que se opõe a ela.  Mas, quando ela vai diminuindo, tendendo a anular-se, aparece uma forte corrente de auto-indução i’ no mesmo sentido que ela, como indica a fig. d.  Como consequência, depois que a corrente se anula, o fenômeno não pára, mas, a corrente de auto-indução, i’, continua, fazendo que passe pela bobina uma corrente em sentido oposto ao sentido da corrente inicial.  Na figura acima representamos a corrente que realmente passa pela bobina, isto é, a soma algébrica da corrente i’ de auto-indução, com a corrente i  que existiria se não houvesse auto-indução. A corrente i’ também é constituída por elétrons que são extraídos da armadura negativa e são levados para a armadura positiva.  Vemos então que da armadura negativa, b, são extraídos mais elétrons do que seriam extraídos se não houvesse auto-indução.  Isso significa que à armadura a vão chegar mais elétrons do que os necessários para neutralizá-la.  A consequência é que essa armadura, que era positiva, torna-se negativa.  E a armadura b, que era negativa, perdeu mais elétrons que os necessários para se neutralizar, e se torna positiva (fig. e).  Os sinais das cargas das armaduras agora se inverteram.

              Pode-se demonstrar que, se a resistência elétrica da bobina é desprezível, o potencial da armadura b se torna agora exatamente V1; e o da armadura a se torna exatamente V2.  Isto é, os potenciais das armaduras se trocam: a diferença de potencial entre as armaduras é a mesma, V1-V2, que havia no início, mas, agora em sentido oposto.  Agora é a extremidade B da bobina que tem potencial V1, e A, o potencial V2.  Então a bobina é percorrida novamente pela corrente i, mas, em sentido oposto ao que passou na outra vez (fig. e).  Essa corrente produz auto-indução na bobina, e o fenômeno se repete.              

O condensador se comporta como um gerador, que fornece à bobina a corrente i.  Mas, quando êle tende a se descarregar, a bobina, pela auto-indução, provoca o aparecimento da corrente em sentido oposto, e novamente carrega o condensador, mas, com cargas opostas às iniciais.

              Vemos que, num circuito como êsse indicado, a corrente elétrica fica circulando ora num sentido, ora noutro, devido ao fenômeno de auto-indução.  A êsse fenômeno chamamos oscilação elétrica, ou descarga oscilatória, ou descarga oscilante.  O circuito indicado é chamado circuito oscilante, ou oscilador.  Tem aplicações muito importantes na técnica moderna, como por exemplo, em rádio, televisão, radar, etc..

 



Figura 336

  

Para se carregar inicialmente o condensador, pode-se usar o processo indicado na figura 336.  Ligando-se a chave S para a posição P, o condensador fica ligado ao gerador, e se carrega.  Depois se liga a chave para a posição M, e ela fecha o circuito oscilante.

 
   

 


©2004 - Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada. Todos os direitos reservados.