Uma
experiência ilustrativa e simples pode ser feita com
a gaiola de Faraday. Um pêndulo elétrico neutro
é colocado sobre um prato metálico ligado
à terra. Aproximando-se do pêndulo um corpo
carregado A, o pêndulo é eletrizado por indução
e é atraído (fig. 74-a). Depois se cobre o pêndulo
com uma gaiola. Aproximando-se o corpo eletrizado, agora
o pêndulo não se eletriza e não se move,
por mais finos que sejam os arames da gaiola (fig. 74-b). Vemos que
o campo elétrico não penetra no espaço
envolvido por um condutor, mesmo quando a superfície
desse condutor é descontínua.
Se o
condutor estiver isolado, podemos carregá-lo tão
intensamente quanto quisermos, mas o campo não penetrará
na região que ele envolve.
Faraday
realizou essas experiências no ano de 1836. Para demonstrar
indubitavelmente o fato, fez o seguinte: construiu uma caixa
de dimensões tais que ele coubesse dentro dela.
Revestiu-a de material condutor, e isolou-a da terra. Entrou
na caixa com um eletroscópio. Mandou carregar a caixa
com descargas elétricas intensas. O eletroscópio,
no interior da caixa, não acusou a presença
de nenhum campo elétrico, e o próprio Faraday
nada sentiu.